Um dos momentos mais esperados de todo estudante de biomedicina é a coleta de sangue. Com isso, irei falar um pouco sobre a coleta, sua utilidade e alguns cuidados.
O SANGUE
Formado pelos glóbulos sanguíneos que são os eritrócitos
ou hemácias, as plaquetas (fragmentos do citoplasma dos megacariócitos da
medula óssea) e diversos tipos de leucócitos ou também chamados de glóbulos brancos,
e pelo plasma, parte líquida, na qual os primeiros estão suspensos. Circulam em
um movimento unidirecional dentro dos compartimentos do sistema circulatório.
A COLETA

Para uma correta coleta é necessário:
- Uma sala bem iluminada e ventilada para que seja agradável ao paciente;
- Pia com detergente e álcool a 70%;
- Lixeiras para material limpo e matériais infectantes;
- Cadeira confortável e de preferência que seja acolchoada com apoio e braçadeira regulável ou ainda uma maca;
- Garrote e curativo;
- Algodão hidrófilo com álcool iodado a 1% ou álcool etílico a 70%;
- Agulha descartável com seringa descartável ou sistema a vácuo: suporte, tubo e agulha descartável;
- Tubos de ensaio com tampa ou tubos específicos para cada tipo de análise;
- Etiquetas para identificação de amostras;
- Estante para o suporte dos tubos e pinças;
- Uso de EPI’s como máscara, jaleco, luvas e óculos de proteção.
O QUE
DEVE SER FEITO ANTES DA COLETA
Deve-se preparar os
materiais a serem utilizados, são eles, a seringa com agulha, algodão e álcool
para assepsia, curativo pós-coleta, garrote (torniquete) e tubos nos quais
armazenarão o sangue.
Identificar os tubos
para colocação da amostra é muito importante para que não haja conflitos no
momento da análise. Deve-se escrever na etiqueta os dados do paciente: nome,
número do registro, data de nascimento, sexo, data da coleta, número ou código
de registro da amostra e o nome da instituição solicitante. Em algumas unidades,
utiliza apenas códigos ou abreviaturas em lugar do nome do paciente, mas é
sempre bom etiquetar com várias informações.
COLETA COM SERINGA E AGULHA DESCARTÁVEIS
Quando o paciente
estiver na sala deve-se orienta-lo o que será feito e fazer as perguntas
básicas como por exemplo, se está em jejum. Após isso, coloca-se a agulha na seringa sem
retirar a capa protetora e retira somente no momento da punção. Movimenta o
êmbolo e pressiona para retirar o ar, ajusta o garrote a 5 cm acima do local
de coleta e pedir ao paciente para fechar a mão e escolher a veia mais
proeminente. Fazer a antissepsia do local da coleta com algodão umedecido em
álcool a 70% ou álcool iodado a 1 % com movimentos retilíneos de baixo para
cima ou circulares de dentro para fora, retira a capa da agulha e faz a punção.
Em seguida solta o garrote assim que o sangue começar a fluir na seringa e coleta
aproximadamente 10 ml de sangue em adultos e, em crianças, coletar de 2 a 5 ml. Depois
separa a agulha da seringa com o auxílio de uma pinça, descarta a agulha em
recipiente de boca larga, paredes rígidas e tampa, contendo hipoclorito de
sódio a 2% ou numa caixa perfuro-cortante. Orientar o paciente a pressionar com
algodão a parte puncionada, mantendo o braço estendido, sem dobrá-lo. O sangue
é transmitido para um tubo de ensaio sem anticoagulante ou tubo específico,
escorre delicadamente o sangue pela parede do tubo afim de evitar a hemólise da
amostra.
TUBOS DE COLETA ESPECÍFICOS
- Análises de Coagulação

- Análises Bioquímicas e
Sorológicas

- Análises Bioquímicas

- Análises Hematológicas

- Análises Glicêmicas

USO DAS AMOSTRAS
Nas rotinas de laboratórios
geralmente o que é mais realizado são Hemogramas, exames bioquímicos e
sorológicos. É utilizado também para culturas de microrganismos em laboratórios de microbiologia.
ALGUNS CUIDADOS AFIM DE EVITAR INTERFERÊNCIAS
É sempre bom na hora de
fazer a coleta estar calmo e acalmar o paciente, inclusive tem pacientes que tem
fobia a seringas, agulhas e até mesmo a sangue. Nunca passar mais de 1 minuto
com o braço do paciente garroteado ou dar “tapinhas” no local da punção pois
assim evita que a amostra hemolise. Outra ocorrência para não haver hemólise é
sempre transferir o sangue ao tubo pelas bordas e devagar.
Alguns exames requerem
cuidados especiais. Por exemplo para análise de triglicerídeos deve-se estar em
jejum obrigatoriamente 12 horas e para glicose 8 horas. Medicamentos para
hipertensão diabetes e outros podem interferir, por isso deve-se sempre
perguntar se o paciente faz uso de algum medicamento.
Exercícios físicos e
abstinência sexual também interfere, um exemplo é no exame de PSA (Antígeno
prostático específico).
Para finalizar é importante
fazer a transferência e armazenamento adequando dos tubos com a amostra
biológica.
Referências/fonte
Brasília: Ministério da Saúde, Programa Nacional de Doenças
Sexualmente Transmissíveis e AIDS. 1997. 63 p. II. (série TELELAB).
JUNQUEIRA, Luis Carlos
Uchoa; JUNQUEIRA, José Carneiro.
Histologia básica: texto e atlas. 12. ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan.
2013.
HEMOLIGA. Disponível em: http://hemoliganassau.blogspot.com.br/2014/03/coleta-e-distensao-de-sangue-para-exame.html. Acesso em 12 jun 2015.
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